terça-feira, 17 de março de 2009

Sim, somos racistas.

Até onde se sabe, existem cabelos de todos os tipos. Com cheiros, comprimentos, cores, formatos e texturas diferentes. Uns são considerados bonitos. Outros, não. Uns são chamados de "cabelo bom", outros... É, bem por aí mesmo.
As palavras, definitivamente, têm peso. Por mais que essa afirmação aí possa parecer repetitiva, é válida. E infelizmente, ela vai um pouquinho além do "não use essa expressão neguinho fez, porque denota preconceito". Quem dera parasse por aí, porque não para.
O que acontece é que a maioria dos pensamentos pobres passa, em um determinado ponto, pela maneira de falar. E sim, usar "bom" e "ruim" para ser referir a texturas de cabelo, é, com certeza, um pensamento pobre. Ou melhor, perversamente pobre. Poucas expressões, pouquíssimas mesmo, carregam mais preconceito do que essa. E ela é muito eficiente, acreditem. O nosso racismo se renova e ganha força cada vez que alguém insiste nessa idéia. É simplesmente impossível, no Brasil, chegar a um estado de decência onde as pessoas não vão valorar características físicas. Pelo menos não enquanto esse tipo de expressão for usada.
Elogiar o "cabelo bom" das pessoas é apenas uma maneira imoral de lembrar que, em algum momento, definiram certo tipo de cabelo como "ruim".
Isso porque, até que provem o contrário, a maneira mais adequada de se referir a um cabelo liso é como... "liso", e não qualquer outra coisa.


Fica aí a explicação do título, então. "Cabelo bom", como lembrete de toda a estupidez que escorre do nosso pensar, e acaba permeando o nosso falar.


É como dizem por aí: enquanto vocês ensinarem esse tipo de conceito para os seus filhos, brother...